Aviação:
Pilotos brasileiros relatam OVNIs
Vários pilotos de avião dizem ter avistado cerca de 80 OVNIs no espaço aéreo
brasileiro em 2023. A quantidade de relatos é menor que os 44 registros de
2022, mas bem superior aos nove de 2021.*
Os avistamentos são reportados ao Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea
e Controle de Tráfego Aéreo) em formulários preenchidos por esses aviadores.
Objeto em zigue-zague acompanha voo
Durante pouco mais de meia hora, os pilotos de um avião da Azul que seguia
para Belém relataram terem visto duas luzes brancas, que ora paravam ora se
movimentavam extremamente rápidas em zigue-zague.
Elas acompanharam o voo, praticamente da decolagem em Ourilândia do Norte
(PA) ao pouso na capital paraense, ao amanhecer do dia 13 de janeiro do ano
passado.
“Uma luz aparecia e sumia periodicamente com movimentos para cima, baixo,
lado”, afirmaram. As luzes brancas avistadas da cabine da aeronave da Azul
foram dois dos cerca de 80 OVNIs (objetos voadores não identificados)
reportados à Aeronáutica em 2023.
O
número, que não é exato pois há casos em que um piloto afirma ter visto de
um a cinco objetos estranhos no ar, faz parte de 30 documentos
disponibilizados recentemente pela FAB (Força Aérea Brasileira) ao Arquivo
Nacional, que podem ser visualizados pela internet. A existência do material
foi noticiada pelo jornal O Globo.
A
quantidade de relatos é menor que os 44 registros de 2022, mas bem superior
aos nove de 2021.
Cindacta registra todos os avistamentos
Os
avistamentos são reportados ao Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e
Controle de Tráfego Aéreo) em formulários preenchidos por esses aviadores.
Desses casos, ao menos nove deles foram na região Sul do país, onde houve a
maior quantidade de relatos, sendo que seis eram de Porto Alegre ou do
entrono da capital gaúcha.
Em
um outro documento, que não especifica a companhia aérea nem o voo, o
relator que comunicou a ocorrência, cujos dados pessoais são borrados no
arquivo disponível, diz que o fenômeno foi testemunhado por seis pessoas.
Conforme descreveu à mão, de quatro a cinco objetos estavam 20° acima do
horizonte da aeronave “por vezes formando um círculo, aproximando e
distanciando um do outro”.
As
luzes, muito rápidas, que variavam a intensidade, começaram a ser vistas em
Ilha Comprida, no litoral sul paulista, em direção ao mar até Navegantes, em
Santa Catarina.
“O
espanto foi em decorrência das luzes/movimentação dos objetos não
corresponderem a um satélite, lixo espacial ou qualquer outro fenômeno
conhecido”, escreve o autor da comunicação de 21 de janeiro de 2023.
Nos relatos do ano passado, testemunhas dos avistamentos disseram ter
filmado ou fotografado os OVNIs. Entretanto, esses arquivos não constam no
material disponibilizado - mas na série histórica, desde 1952, há
fotografias que mostram objetos, inclusive semelhantes a discos voadores.
Documentos relatam avistamentos de 2023
Nos documentos de 2023, há o caso de um piloto que sobrevoava Belém no
início da madrugada, quando afirmou ter notado dois objetos luminosos
amarelados e os filmou. Porém, disse que eles não apareceram nas gravações –
o mesmo foi relatado em outro voo, sobre a região de Palmas.
Em
setembro, ao menos dez objetos em formas de pontos coloridos foram
fotografados com celular em Beberibe, no Ceará, mas as fotografias não
tinham qualidade para registro, diz o autor.
Os
OVNIs relatados no ano passado são nas mais variadas formas, cores e
luminosidade. Na região de Fortaleza, a descrição foi de “uma caneta grande
amarela”.
Num voo que seguida do Panamá para Guarulhos, na Grande São Paulo, o ponto
avistado era branco, vermelho e verde.
Sobre Rio das Ostras (RJ), um rápido objeto de dois a três metros de
tamanho, em forma de charuto, “voava em saltos”. Também há testemunhos de
“estrelas” verdes e brancas.
No
caminho entre Navegantes e o litoral norte gaúcho, os quatro OVNIs mudavam
as cores vermelha e verde quando circulavam “dez vezes mais rápido que um
avião comercial”, de acordo com a descrição do piloto, de 63 anos, que
afirmou ter 51 anos de aviação.
“O
piloto relatou que esta ocorrência se assemelha a outros episódios ocorridos
em outubro de 2022, no mesmo setor e já reportados”, descreve a ficha do
Comando de Operações Aeroespaciais, do Comando da Aeronáutica.
Mesmo quando não conseguiu descrever a forma, um dos pilotos que fez o
registro do caso disse que os cinco ou seis objetos eram muito rápido, com
três ou quatro vezes a velocidade do som.
Os
relatos sempre citam céu limpo e boa visibilidade.
O
comandante de um voo que ia de Maceió para Guarulhos solicitou uma
frequência isolada para dizer que das 23h40 às 23h55 uma luz se movia de um
lado para o outro, alternando entre vermelho e branco.
Documentos têm acesso livre no Arquivo Nacional
A
FAB explica que todos os documentos, vídeos, fotografias, relatos, entre
outros, disponíveis, no âmbito do Comando da Aeronáutica, sobre fenômenos
aéreos não identificados, no período de 1952 a 2023, já foram transferidos
para o Arquivo Nacional, onde são de domínio público.
“O
Comando da Aeronáutica não realiza estudos e análises acerca do tema, apenas
cataloga as informações prestadas por terceiros e as remete, periodicamente,
ao Arquivo Nacional”, diz a Aeronáutica.
Estudioso sobre o tema desde a infância, o advogado pernambucano Thiago
Bezerra de Melo, 44, costuma analisar esses documentos e acredita que
precisariam ser mais bem investigados, inclusive para saber se são “objetos
extraterrestres ou terrestres”.
“Pode ser alguma aeronave sobrevoando ilegalmente o espaço aéreo do país”,
afirma. “É uma questão de segurança nacional.”
* Informações do Jornal de Brasília,
via EBC.
22/08/2024
- Foto: Divulgação.
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