por Julio Barone Neto
Zecharia Sitchin
O 12º. PLANETA
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Segundo os ensinamentos de seu antecessor sumério, Abraão de Ur, os antigos hebreus associaram também sua deidade suprema com o supremo planeta. Tal como os textos mesopotâmicos, muitos livros do Antigo Testamento descrevem o "Senhor" como tendo sua residência nas "alturas do céu", onde ele “observa os principais planetas tal como foram erguidos"; um Senhor celestial que, invisível, "nos céus gira como um círculo". O livro de Jó, tendo descrito a colisão celeste, contém estes significativos versos que nos dizem para onde se dirigira o altaneiro e senhorial planeta:
Por sobre o abismo ele delineou uma órbita;
Onde a luz e a escuridão {se fundem}
É o seu mais longínquo limite.
Não menos explicitamente, os Salmos sublinham a majestosa rota do planeta:
Os céus sugerem a glória do Senhor;
O Bracelete Partido proclama seu trabalho manual...
Ele avança como um camareiro vindo da abóbada;
Como um atleta ele deleita-se a correr a rota.
Dos confins dos céus ele emana,
E seu circuito fica no fim deles.
Reconhecido como um grande viajante nos céus, planando em alturas imensas no seu apogeu e depois "descendo, inclinando-se para o céu" no seu perigeu, o planeta é representado como um globo alado.
Toda vez que os arqueólogos descobriram vestígios de povos do Oriente Médio, o símbolo do globo alado estava visível, dominando templos e palácios, esculpido em rochas, gravado em selos cilíndricos, pintado em paredes. Acompanhava reis e sacerdotes, aparecia sobre seus tronos, "flutuava" sobre eles em cenas de batalhas, aparecia gravado em seus carros. Objetos de argila, metal, pedra e madeira eram adornados com este símbolo. Os governantes da Suméria e da Acádia, Babilônia e Assíria, Elam e Urartu, Mari e Nuzi, Mitanni e Canaã - todos eles reverenciaram o símbolo. Os reis hititas, os faraós egípcios, os shar's persas - todos proclamaram a supremacia do símbolo (e daquilo que ele representava) . E assim permaneceu durante milênios.
Elemento central nas crenças religiosas e na astronomia do Mundo Antigo, era a convicção de que o Décimo Segundo Planeta, o "Planeta dos Deuses", permanecia no interior do sistema solar e que sua grandiosa órbita regressava periodicamente às proximidades da Terra. O signo pictográfico para o Décimo Segundo Planeta, o "Planeta da Travessia", era uma cruz. Este signo cuneiforme que significava também “Anu” e "divino", evoluiu nas línguas semitas para a letra tav, que queria dizer "o signo".
De fato, todos os povos do Mundo Antigo consideravam a aproximação periódica do Décimo Segundo Planeta como um indício de convulsões sociais, grandes modificações e novas eras. Os textos mesopotâmicos falam do aparecimento periódico do planeta como de um acontecimento antecipado, previsível e observável:
O grande planeta:
A sua aparência, vermelho-escuro.
O céu ele divide ao meio
E permanece como Nibiru.
Muitos textos abordando a chegada do planeta profetizavam os efeitos que o evento desencadearia na terra e sobre a humanidade. R. Campbell Thompson (The Reports of the Magiciens and Astronomers of Nineveh and Babylon) reproduziu vários destes textos que delineiam o progresso do planeta quando ele "rodeou a estação de Júpiter" e chegou ao posto de cruzamento, Nibiru:
Quando da estação de Júpiter
O planeta passa em direção ao oeste,
Esse será um tempo de residir em segurança.
Gentilmente a paz descerá sobre as terras.
Quando da estação de Júpiter
O planeta aumenta de brilho
E no zodíaco de câncer se torna Nibiru,
A Acádia será inundada com a abundância,
O rei de Acádia crescerá poderoso.
Quando Nibiru culmina...
As terras serão habitadas seguramente,
Reis hostis ficarão em paz,
Os deuses receberão preces e ouvirão súplicas.
Esperava-se, no entanto, que o planeta que se aproximava causasse chuvas e inundações, devido aos seus conhecidos efeitos gravitacionais de grande poder:
Quando o planeta do trono do céu
Crescer em brilho,
Haverá inundações e chuvas...
Quando Nibiru atinge seu perigeu,
Os deuses darão paz;
Os distúrbios serão resolvidos,
As complicações deslindar-se-ã o.
Chuvas e inundações virão.
Tal como os sábios mesopotâmicos, os profetas hebreus consideraram a época da aproximação do planeta à Terra e de sua manifestação visível à humanidade como um período introdutor de uma nova era. A similaridade entre os presságios mesopotâmicos de paz e prosperidade que acompanhariam o planeta do trono do céu e as profecias bíblicas de paz e justiça que se estabeleceriam sobre a Terra depois do Dia do Senhor pode ser mais bem expressa nas palavras de Isaías:
E virá para passar no fim dos dias:
...O Senhor julgará entre as nações
E repreenderá muitos povos.
Eles forjarão suas espadas para relhas de arado
E suas lanças em podões;
Nenhuma nação levantará a espada contra outra nação.
Em contraste com as bênçãos da nova era, que se seguiriam ao Dia do Senhor, o próprio dia é descrito no Antigo Testamento como uma época de chuvas, inundações e terremotos. Se pensarmos nas passagens bíblicas como referências, tal como suas correspondentes mesopotâmicas, à passagem pela Terra de um grande planeta de enorme força gravitacional, as palavras de Isaías serão plenamente compreendidas:
Como o barulho da multidão nas montanhas,
Um tumultuoso ruído como o de muita gente junta,
De reinos e nações reunidos em conjunto;
Assim é o Senhor dos Exércitos,
Comandando uma hoste para a batalha.
De uma longínqua terra eles vêm,
Do extremo oposto do céu
Vem o Senhor e suas armas de fúria
Destruir a terra inteira...
Por isso eu agitarei o céu
E a terra será sacudida do seu local
Quando o Senhor dos Exércitos atravessar
O dia de sua ardente cólera.
Enquanto na superfície da terra "montanhas se fundirão... vales serão fendidos", o fuso axial da Terra será também afetado. O profeta Amós prediz explicitamente:
E nesse dia acontecerá,
Disse o Senhor Deus,
Que eu farei o Sol descer à tarde
E eu farei a terra escurecer a meio do dia.
Anunciando, "observem, o Dia do Senhor está para vir", o profeta Zacarias informou o povo que este fenômeno de prisão do eixo da Terra à volta do seu próprio eixo duraria apenas um dia:
E nesse dia sucederá,
Que não haverá luz alguma - anormalmente, fará frio.
E haverá um dia, conhecido por Deus,
Que não será nem dia nem noite,
Quando à tardinha houver ainda luz.
No Dia do Senhor, disse o profeta Joel, "o Sol e a Lua serão obscurecidos, as estrelas retirarão seu esplendor", "o Sol será transformado em escuridão e a Lua será como sangue vermelho".
Os textos mesopotâmicos exaltaram o brilho do planeta e sugeriram que ele podia ser visto até de dia: "Visível ao nascer do Sol, desaparecendo de vista ao pôr-do-sol". Um selo cilíndrico encontrado em Nippur representa um grupo de homens com o arado olhando com temor enquanto o Décimo Segundo Planeta (descrito com seu símbolo-cruz) é visível nos céus.
Os povos antigos não só esperavam a chegada periódica do Décimo Segundo Planeta, como também desenhavam em quadro sua progressiva rota.
Várias passagens bíblicas - especialmente em Isaías, Amós e Jó - relatam o movimento do celestial Senhor para várias constelações. "Sozinho, ele alongou-se pelos céus e trilhou sobre o mais alto abismo; ele chega à Ursa Maior, Órion e Sírius e às constelações do Sul." Ou: "Ele faz sua face sorrir sobre Touro e Áries; de Touro a Sagitário ele viajará". Estes versos descrevem um planeta que não só transpõe os mais altos céus, como também entra vindo do Sul e gira na direção dos ponteiros do relógio - tal como nós deduzimos dos dados fornecidos pelos mesopotâmios. Bastante explicitamente, o profeta Habacuque afirmava: "O Senhor virá do Sul... sua glória encherá a Terra... e Vênus será como que uma luz, seus raios dados pelo Senhor".
Entre os muitos textos mesopotâmicos que abordam o assunto, um é particularmente claro:
Planeta do deus Marduk:
Ao seu aparecimento: Mercúrio.
Subindo trinta graus do arco celestial: Júpiter
Quando colocado no local da batalha celeste: Nibiru.
Como o seguinte quadro esquemático ilustra, os textos acima transcritos não aplicam simplesmente ao Décimo Segundo Planeta vários nomes (como julgaram os estudiosos). Eles abordam, antes, os movimentos do planeta e os três pontos cruciais nos quais seu aparecimento pode ser observado e desenhado a partir da Terra.
A primeira oportunidade de observar o Décimo Segundo Planeta no momento em que sua órbita o traz de novo às proximidades da Terra era, então, quando o planeta alinhava com Mercúrio (ponto A) - pelos nossos cálculos, num ângulo de 30° em relação ao imaginário eixo celestial Sol¬-Terra-perigeu. Aproximando- se mais da Terra e parecendo deste modo "levantar-se" mais alto nos céus da Terra (outros 30° para sermos exatos), o planeta atravessa a órbita de Júpiter no ponto B. Finalmente, chegando ao local em que se travara a batalha celeste, o perigeu, ou o Local de Cruzamento, o planeta é Nibiru, ponto C. Desenhando um eixo imaginário entre o Sol, a Terra e o perigeu da órbita de Marduk, os observadores na Terra viram Marduk primeiramente alinhado com Mercúrio num ângulo de 30º (ponto A). Avançando outros 30° Marduk atravessa a via orbital de Júpiter no ponto B.
Depois, no seu perigeu (ponto C) Marduk alcança o Cruzamento: de volta ao local da batalha celeste, ele estava mais próximo da Terra e começou em sua órbita de novo até aos longínquos confins do espaço.
A antecipação do Dia do Senhor em antigos escritos mesopotâmicos e hebreus (cujo eco é encontrado nas esperanças expressas no Novo Testamento na vinda do Reino dos Céus) era, deste modo, baseada nas reais experiências do povo da Terra: seu testemunho do regresso periódico do planeta do reino às vizinhanças da Terra.
O aparecimento e o desaparecimento periódico deste planeta, contemplado da Terra, confirmam a suposição de sua permanência em órbita solar. Assim sendo, ele age como muitos cometas. Alguns dos cometas conhecidos, tal como o cometa de Halley, que se aproxima da Terra de 75 em 75 anos, desapareceriam de vista por períodos de tempo tão longos que os astrônomos tinham dificuldade em perceber que observavam o mesmo cometa. Outros cometas foram vistos apenas uma vez na memória humana e julga-se que possuem períodos orbitais de milhares de anos. O cometa Kohoutek, por exemplo, descoberto pela primeira vez em março de 1973, chegou a 120 milhões de quilômetros da Terra em janeiro de 1974 e desapareceu por detrás do Sol pouco tempo depois. Os astrônomos calculam que ele reaparecerá em algum lugar daqui a 7.500 até 75.000 anos no futuro.
A familiaridade humana com os aparecimentos periódicos do Décimo Segundo Planeta sugere que seu período orbital é mais curto do que aquele calculado para Kohoutec. Se é assim, por que nossos astrônomos não têm consciência da existência deste planeta? O fato é que mesmo uma órbita com metade da duração da estimativa mais baixa proposta para Kohoutec levaria o Décimo Segundo Planeta cerca de seis vezes mais longe de nós do que o planeta Plutão - uma distância em que tal planeta não seria visível da Terra, uma vez que mal poderia refletir (ou não refletiria sequer) a luz do Sol em direção à Terra. De fato, os planetas conhecidos para além de Saturno foram primeiramente descobertos não visual, mas matematicamente. As órbitas dos planetas conhecidos, descobriram os astrônomos, eram aparentemente afetadas por outros corpos celestes.
Os astrônomos poderão "descobrir" o Décimo Segundo Planeta pelo mesmo caminho. Houve já especulação acerca da existência do "Planeta X" que, embora invisível, pode ser "sentido" através de seus efeitos nas órbitas de certos cometas. Em 1972, Joseph L. Brady, do Laboratório Lawrence Livennore da Universidade da Califórnia, descobriu que as discrepâncias na órbita do cometa de Halley poderiam ser causadas por um planeta do tamanho de Júpiter orbitando o Sol de 1.800 em 1.800 anos. À distância estimada de 9 bilhões de quilômetros a sua presença podia ser detectada apenas matematicamente.
Enquanto tal período orbital não pode ser traçado, as fontes mesepotâmicas e bíblicas apresentam fortes provas de que o período orbital do Décimo Segundo Planeta é de 3.600 anos. O número 3.600 era escrito em sumério como um largo círculo. O epíteto do planeta - shar ("supremo governante") - significa um "círculo perfeito", um "ciclo completo", e também o número 3.600. E a identidade dos três termos - planeta/órbita/ 3.600 - não podia ser mera coincidência.
(...)