quinta-feira, 21 de julho de 2022

Viúva de marinheiro desaparecido em 1976 no Triângulo das Bermudas ainda busca indenização


21/07/2022

Por: Fábio Dorneles

O drama da viúva brasileira que teria perdido o marido para o temido Triângulo das Bermudas O drama da viúva brasileira que teria perdido o marido para o temido Triângulo das Bermudas – Imagem de Three-shots por Pixabay

Era uma noite de outubro e em um dos muitos apartamentos nas imediações do Canal 1, em Santos, a dona de casa Joana Damasceno, então com 37 anos, preparava o jantar quando ouviu pela TV, ligada na sala, sobre o desaparecimento do navio Sylvia L. Ossa no Triângulo das Bermudas.

A mulher correu para juntos dos filhos e os três acompanharam incrédulos a notícia que mudaria para sempre suas vidas: o marido e pai, Edivaldo Ferreira de Freitas, 47 anos, era uma das trinta e sete pessoas a bordo do Sylvia L. Ossa, que sumiram misteriosamente junto com o navio.

As crianças puseram-se a chorar e a mulher ficou em choque. Desesperada, Joana trocou de roupa e correu para a sede da empresa. Ao chegar encontrou outras pessoas aguardando.

Segundo ela, a empresa panamenha Ominum Leader, dona do navio, disse estar fazendo o possível para encontrá-los, mas nunca mais foi vista a embarcação e tampouco a tripulação.

A última viagem do Sylvia L. Ossa

De acordo com o jornal A Tribuna de Santos o navio Sylvia L. Ossa esteve atracado no Porto de Santos de 2 a 8 de setembro de 1976. Dali seguiu para a cidade de Tubarão, no Espírito Santo, onde foi carregado com minério de ferro.

O cargueiro com 180 metros de comprimento e 15 toneladas então seguiu rumo a Filadélfia, nos Estados Unidos.

A chegada estava prevista para acontecer no dia 15 de outubro daquele mesmo ano. Seriam pouco mais de 30 dias numa viagem que tinha como rota o temido Triângulo das Bermudas.

Joana conta que estava acostumada com as viagens do companheiro, que ficava meses no mar, e que antes de Edivaldo embarcar sabia que o destino do marido seria os Estados Unidos. A mulher também sabia sobre os perigos do misterioso triângulo, talvez relatados pelo próprio marido.

“Eu sabia mais ou menos que quem passasse por lá, o mar chamava e aí desaparecia. Já tinha essa lenda, essas estórias”, contou ao jornal A Tribuna.

O Triângulo das Bermudas

O Triângulo das Bermudas é uma região situada entre as ilhas Bermudas (Porto Rico), Flórida (EUA) e as Bahamas. Situada no Oceano Atlântico, é uma região sempre esteve envolvida em muito mistério.

Os relatos de desaparecimentos e eventos misteriosos no Triângulo das Bermudas remontam aos tempos de Cristóvão Colombo. Logo na primeira vez que passou pela região, em sua viagem inaugural às Américas, ainda no século 15, Colombo e a tripulação viram luzes saindo do mar e depois voltando.

Segundo matéria publicada em 2018 pela Revista Superinteressante, mais de uma centena de navios e aviões desapareceram inexplicavelmente no local desde o final da Segunda Guerra Mundial. Registros oficiais falam que ao menos 50 navios e 20 aviões que passaram por lá desapareceram.

Há ainda relatos de que bússolas e outros instrumentos de navegação e elétricos simplesmente param de funcionar quando um barco ou avião passa por lá.

E com o Sylvia L. Ossa não foi diferente. De acordo com os relatos de 1976, o comandante informou pelo rádio, no dia 13, antes do navio desaparecer, que enfrentava problemas enquanto navegava pelo Triângulo das Bermudas.

Em busca de justiça

O sumiço do navio ganhou destaque na imprensa americana na época. Apenas o jornal The New York Times chegou a fazer três reportagens especiais.

Diante da repercussão Joana foi procurada por um advogado norte americano para representá-la, mas a ação não deu em nada. A única ajuda que a mulher recebeu da empresa foi o ordenado do marido naquele mês.

E em 2014, mais de 30 anos após o navio desaparecer no Triângulo das Bermudas, a justiça brasileira considerou, por presunção, Edivaldo Ferreira de Freitas morto.

Perto de completar 83 anos de vida, Joana Alves Damasceno decidiu buscar reparação. Os advogados entraram com uma ação na justiça pedindo indenização por danos morais e materiais. Entretanto, na primeira decisão, o juiz da 6ª Vara do Trabalho de Santos, Carlos Ney Pereira Gurgel, indeferiu a ação.

Ela e os advogados pretendem recorrer.

“Tenho esperança. Só espero que não demore muito para que a gente consiga resolver isso, porque em agosto já vou completar 83 anos. Não tenho mais tanto tempo assim para esperar ser feita a justiça.”, disse ao UOL.

Com informações de:
A Tribuna
TAB UOL
Metrópoles
Diário do Litoral

Fonte: https://www.vigilia.com.br/viuva-de-marinheiro-desaparecido-em-1976-no-triangulo-das-bermudas-ainda-busca-indenizacao/?fbclid=IwAR0QFqr_X52ZJkrFDJdawMTpO_aOBRbgLQ1zBM0huM2hw9HfetOktTJTh98

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