domingo, 12 de setembro de 2021

China e Rússia também mantêm bases equivalentes à Área 51


12/09/2021

Por: Redação Vigília

A famosa Área 51 tem suas contrapartes na China e na Rússia. Mas o mundo sabe muito menos sobre as bases equivalentes nestas nações. A famosa Área 51 tem suas contrapartes na China e na Rússia. Mas o mundo sabe muito menos sobre as bases equivalentes nestas nações. Imagem de Schäferle por Pixabay

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A Área 51, no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, onde são testadas tecnologias bélicas inimagináveis e supostamente até mesmo extraterrestres, aparentemente tem suas contrapartes na China e na Rússia. Mas o mundo sabe muito menos sobre as bases equivalentes nestas nações.

A base dos EUA tornou-se provavelmente a mais famosa instalação secreta dos EUA na década de 1980, depois que um físico chamado Robert “Bob” Lazar começou a aparecer no noticiário divulgando sua incrível história, envolvendo a manipulação de tecnologias supostamente alienígenas. Ele dizia ter sido contratado para fazer parte de uma equipe responsável por fazer engenharia reversa em discos voadores e naves provenientes de outros mundos capturadas por militares norte-americanos.

Naquela época o governo dos EUA sequer admitia a existência da base, ainda que na região fosse notória a presença de placas proibindo a entrada de intrusos e informando a autorização de uso de força letal contra invasores.

Somente bem mais tarde o público viria a saber que naquele local seriam de fato desenvolvidas e testadas algumas das mais secretas aeronaves do arsenal norte-americano, dos aviões de altíssima altitude e velocidade U2 e SR-71 (Blackbird), até as mortais aeronaves stealth (invisíveis ao radar), como o caça F-117A e o bombardeiro B2.

A Kasputir Yar: a unidade militar 15644

Bem mais antiga que sua famosa equivalente na América, a suposta Área 51 da Rússia já opera há mais de 75 anos. A base ou “campo de testes de mísseis” como os russos a chamam, é conhecida como Kapustin Yar. Alí supostamente vem sendo testado todo tipo de tecnologia bélica inovadora, desde os primórdios da União Soviética, incluindo veículos, armas e espaçonaves.

Embora sua missão de desenvolvimento de tecnologia avançada não tenha sido exatamente um segredo, o local sempre conviveu com fortes rumores e teorias de que projetos muito mais complexos foram mantidos longe do público. E principalmente inalcançáveis para nações espiãs, mesmo durante o auge da Guerra Fria.

O nome oficial da base Kapustin Yar é algo como “4º Campo de Testes Interespecíficos Estadual Central da Federação Russa” (4 GTSMP). Mas é possível chamá-la também pelo codinome “unidade militar 15644”. Fica na extremidade norte do deserto da região de Astrakhan, cerca de 1,5 mil quilômetros a sudoeste de Moscou.

O local foi originalmente concebido para os testes dos primeiros mísseis balísticos soviéticos, surgindo como projeto em 13 de maio de 1946. A construção começou um ano depois, e outro ano depois, o primeiro míssil balístico foi lançado na URSS.

Base ultrassecreta no subterrâneo da cidade vizinha

Kapustin Yar é legitimamente considerada o “berço da cosmonáutica soviética”. Foi dali, em 15 de agosto de 1951, que partiu o foguete R-1, que levou à alta atmosfera e trouxe de volta vivos e ilesos os cães de Dezik e Tsygan. Aquele foi o primeiro voo bem sucedido de animais ao espaço.

O histórico de testes é extenso, incluindo dezenas de explosões nucleares e a base continua sendo um dos locais de testes mais importantes da Rússia. Fontes especializadas informam que só em 2020 foram realizados lá mais de 200 testes oficiais de sistemas de armas e protótipos.

Mas a ligação entre Kapustin Yar e os óvnis é bem mais recente. Em 1996, o ufólogo da Crimeia Anton Anfalov afirmou ter recebido informações de uma fonte confiável dizendo que a base ultrassecreta não está exatamente em Kapustin Yar, mas na área de uma cidade vizinha. Aparentemente um documentário do The History Channel foi o primeiro a apresentar esta versão, ainda que de forma um tanto confusa, chamando a cidade de Zhitkur.

Mapa da área conhecida como Kapustin YarMapa da área conhecida como Kapustin Yar (Foto: GlobalSecurity.org)

Numa história muito similar à da Área 51 e sua extensão subterrânea S4, adjacente, na verdade a cidade de Zhitkur teria sido transformada numa fachada a partir da década de 1950, para abrigar as instalações subterrâneas da verdadeira instalação secreta russa. Os habitantes teriam sido deslocados para diferentes partes do país.

Essa cidade vizinha realmente existe, mas é chamada de Znamensk e sequer constava dos mapas no início. Trata-se de uma das chamadas “cidades fechadas” da antiga União Soviética. Fora criada para abrigar cientistas e pessoal de apoio para o trabalho em Kapustin Yar.

Seguindo a história que vem sendo contada, as afirmações de Anfalov teriam sido reforçadas por fotografias de aviões espiões americanos, imagens de satélite e relatórios da CIA. O ufólogo chegou a fazer um mapa detalhado da região com instruções para outros pesquisadores acessarem todas as instalações. Apesar disso, os ufólogos russos não conseguiram encontrar os locais quando tiveram a chance de entrar na cidade “de fachada”.

O “Incidente Roswell” da Rússia

Assim como acontece em outras localidades do globo, onde parece haver um natural interesse dos óvnis por instalações secretas, em Kapustin Yar não é diferente. Um dos casos mais famosos teria ocorrido ali em 19 de junho de 1948, quando um objeto parecido com um “cigarro de prata” apareceu acima da base.

Aviões militares teriam sido enviados para interceptar o objeto. Uma das aeronaves se aproximou perigosamente do óvni e acabou atingida por um intenso feixe luminoso que cegou o piloto e o fez colidir com o objeto. Ambos, avião e óvni, teriam caído e os destroços da nave alienígena a seguir recuperados se transformariam em objeto de estudos até os dias de hoje nas instalações subterrâneas.

Outro famoso incidente é atribuído ao piloto de testes aposentado Lev Vyatkin. Ele contou que, no verão de 1980, estava na área com seu avião quando colidiu com uma aeronave que também emitia um “feixe de luz forte”. Neste caso, no entanto, ele conseguiu pousar com sucesso, mas a asa de seu avião, tocada pelo feixe de luz, continuou a brilhar por mais algumas horas.

A Área 51 da China e seu acelerado programa espacial

A suposta Área 51 da China tem muito menos história e glamour que as contrapartes russa e norte-americana. E igualmente temos muito menos informações úteis sobre as operações ali desenvolvidas.

A versão asiática fica na província de Xinjiang, no noroeste do país. Curiosamente é outra base encravada numa região de deserto. Os primeiros indícios de atividade tecnológica no local foram percebidos pelas nações ocidentais apenas em 2016. Mapas de satélite mostraram uma pista nos limites de um antigo campo de testes de armas nucleares chinês, na localidade de Lop Nur.

Recentemente o monitoramento tem mostrado um grande aumento de atividades na área, conforme se intensificam as missões do programa espacial da China. Junto com a pista de 4,2 quilômetros de extensão, um total de 12 novos edifícios surgiram no local, segundo o site do governo americano NPR.

A pista já foi usada para o pouso bem sucedido do primeiro protótipo de avião espacial reutilizável e não tripulado da China, em setembro de 2020. Em julho deste ano, 2021, a Agência de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China anunciou o pouso horizontal bem sucedido (no mesmo local) do segundo voo desse tipo.

Área 51 na China (Foto: Google Earth)Área 51 na China (Foto: Google Maps)

A misteriosa Xinjiang

Se as equivalentes nos EUA e Rússia são famosas e abrangem todo tipo de especulações, a Área 51 chinesa é um completo mistério. Os chineses nem mesmo divulgaram imagens dos lançamentos e pousos do avião espacial que publicamente admitiram estar testando. Secretamente, Xinjiang seria também o local de testes de um bombardeiro com tecnologia stealth chamado H-20.

Assim como EUA e Rússia, também a China já tornou público seu interesse por UFOs. Mais ainda, aquele país declarou a intenção de pesquisá-los — fazendo uso até de inteligência artificial — e o interesse em explorar as tecnologias que eventualmente possa extrair desses objetos.

Resta saber quem vai chegar primeiro a esse objetivo de decifrar eventuais tecnologias não terrestres. Se é que já não fizeram isso nestas três “Áreas 51”. De qualquer forma, aparentemente tanto russos quanto chineses têm feito um trabalho melhor em proteger seus segredos do que os norte-americanos.

Fonte: https://www.vigilia.com.br/china-e-russia-tambem-mantem-bases-equivalentes-a-area-51/

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