Por Bruno Calzavara
Se você acredita no que Hollywood nos diz sobre as formas de vida alienígenas, você provavelmente deve supor estes seres seriam gigantes, viscosos e nem um pouco amigos da raça humana. E como cientistas não fazem um monte de filmes, e produtores de cinema não são lá muito incríveis em ciência, esse não é um retrato muito preciso da vida interestelar que poderia chegar à Terra.
Provavelmente ainda não acabaria bem para a gente, mas os rostos das criaturas que iriam mudar nosso mundo para sempre são muito diferentes do que imaginamos. Para esclarecer as coisas, grandes mentes como Stephen Hawking e seus contemporâneos deram suas opiniões sobre que traços uma raça alienígena deveria possuir para que pudessem atravessar a galáxia e fazer uma visita à terra natal dos humanos.
11. Agressividade
O que separa os seres humanos de outras espécies no planeta em termos de evolução se resume a um princípio simples: agressão. Para qualquer espécie prosperar dentro de um determinado habitat, ela precisa enfrentar adversidades e superá-las. Estas lutas conduzem à adaptação evolutiva. A forma de vida dominante no planeta (que aliens quase certamente teriam que ser) deve ter sido capaz de dominar seu ambiente.
Um artigo publicado pela Universidade do Missouri (EUA) sugere que isso significa que eles seriam agressivos – iriam povoar e conquistar seus arredores, em busca de progresso. Se eles são mais inteligentes do que nós, provavelmente irão nos ver como um recurso, da mesma forma que vemos animais e seus habitats.
10. Exploradores
Qualquer forma de vida que chegue à Terra será, por definição, exploradora. Olhando para a nossa própria cultura em busca de pistas, podemos ver imediatamente como territórios inexplorados viram alvos em função de seus recursos, por exemplo, Marco Polo e as Índias Orientais, e os Vikings e grande parte da Europa.
De acordo com Stephen Hawking, os aliens são propensos a procurar outros planetas a fim de colonizá-los ou miná-los por recursos. Aliens podem não vir a destruir o nosso planeta, mas é extremamente provável que tentem explorar o que eles encontram para aumentar o alcance de sua raça, como é a marca registrada de todas as espécies desenvolvidas.
9. Imunidades virais e bacterianas
É um comum na ficção científica que aliens, sem nunca terem encontrado bactérias da Terra antes, sucumbam às doenças simples contra as quais não têm imunidade. Basta olhar para os peregrinos e conquistadores, e a varíola e o tifo, que causaram estragos em populações nativas que ainda não haviam sido expostas a eles. Porém, todas essas pessoas eram humanas. De acordo com Seth Shostak, engenheiro sênior do projeto Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), as bactérias estão limitados às formas de vida a que são bioquimicamente relacionadas.
Nossos germes evoluíram para sobreviver em nosso DNA único. Até mesmo vírus e infecções bacterianas que infectam uma só espécie em nosso planeta raramente se espalham para outras. Não é uma coisa rotineira que cães peguem gripe, por exemplo. Qualquer forma de vida alienígena que invada a Terra provavelmente será imune a doenças terrenas, por isso não espere uma solução parecida com a do filme “Guerra dos Mundos”.
8. Eles não comerão humanos
E se eles quiserem se alimentar de nós? Ainda que este seja um pensamento assustador, é também improvável. Uma raça avançada o suficiente para chegar às viagens espaciais certamente já superou a sua necessidade de consumir animais vivos. A viagem para a Terra a partir de qualquer planeta que tenha a capacidade de suportar a vida é extremamente longa, e qualquer espécie que tente fazê-la precisaria ter métodos sustentáveis de produção de alimentos já em vigor.
Além disso, não é muito provável que a configuração do aparelho digestivo de uma criatura que evoluiu num lugar diferente do universo seja compatível com os tipos de proteínas que se encontram em nosso planeta. Seria inconcebível que os recursos de nutrição encontrados em nosso planeta justifiquem a energia gasta para obtê-lo. Uma raça alienígena, a esta altura, já seria adepta de aproveitamento energético. Portanto, não vamos ser gado.
7. Assassinos impessoais
Quantas pessoas já se mudaram para uma nova casa e acharam uma colônia de insetos como uma surpresa extremamente desagradável? Quantas dessas pessoas, em seguida, esmagaram cada infrator à mão, balançando o sapato da morte repetidas vezes até que o trabalho fosse terminado? Não, a maioria das pessoas iria chamar um dedetizador para espalhar gás pela casa e atacaria os sobreviventes com veneno.
Alienígenas, como qualquer espécie avançada, usarão a tecnologia a seu favor. Eles provavelmente vão erradicar as formas de vida em um planeta que estão considerando para seus próprios usos antes de aterrissar. Esqueça os céus cheios de discos com apenas um piloto disparando feixes de laser no edifício do Capitólio. Espere um fim rápido e eficiente, provavelmente biológico, para a nossa existência.
6. Eles não são insetos gigantes
Embora seja muito assustador ver imagens de extraterrestres como formas gigantes dos animais que nos dão arrepios na Terra, isso não é cientificamente plausível. Este conceito surge mais de um medo de perder o nosso domínio sobre este planeta combinado com uma resposta evolutiva de nojo em relação a transmissores de doenças.
Na realidade, a estrutura do corpo dos insetos só funciona em pequena escala. Como eles não têm o sangue oxigenado, não conseguem tirar oxigênio suficiente da nossa atmosfera para crescer mais. Em tempos pré-históricos, quando a atmosfera era muito mais rica em oxigênio, eles realmente chegaram a tamanhos angustiantes, mas estamos nos referindo a cerca de um metro de comprimento. A imagem de criaturas parecidas com baratas nos olhando de cima é pura fantasia. Desculpe, Robert A. Heinlein.
5. Super inteligência
Este é mais óbvio. No entanto, em uma tonelada de filmes, raças alienígenas são retratadas como seres territoriais feudais, que destroem tudo em seu caminho. Isso não faz sentido. A fim de organizar o tipo de esforço necessário para alcançar as viagens interestelares, uma inteligência altamente avançada precisará estar presente. Embora a espécie possa ser, como foi observado antes, agressiva com outras formas de vida que encontrem e até mesmo em relação à sua própria raça, as chances de eles serem os senhores da guerra intergaláctica são consideravelmente baixos.
É mais provável que eles sejam calculistas, seres controlados tomando decisões precisas – mais parecido com jogar xadrez do que com queimada. Espécies com base em agressões e com inteligência inferior tendem a concentrar as suas energias no outro e na sobrevivência. Para que uma raça avance além dos níveis que temos visto em nossa própria civilização, eles precisariam deixar de lado as diferenças individuais em favor de interesses mútuos. As habilidades necessárias para viagens de longa distância e de exploração coincidem com os principais sinais de inteligência na natureza. Memória, autoconsciência, cognição e criatividade devem estar presentes antes que um considerável nível de proficiência científica possa ser alcançado.
4. Não humanoides
Isso acontece em inúmeros programas de TV e filmes. Os aliens que aparecem na tela se assemelham a seres humanos normais com pintura facial (sim, estou falando com você Darth Maul e qualquer personagem Star Trek). Isto é conveniente do ponto de vista da sustentação, mas não é muito provável de jeito nenhum no reino da ciência. Os seres humanos se desenvolveram como resultado de condições ambientais específicas.
Nós ficamos em pé para cobrir maiores distâncias e libertar as nossas mãos para manipular ferramentas. Formamos os polegares como uma resposta para as nossas primeiras formas de vida que habitavam as árvores. Entretanto, se um planeta não tem árvores, vai ser incomum que os seres que nele habitam desenvolvam um apêndice adepto para manipulá-las.
Não há nenhuma maneira de saber exatamente com o que uma espécie alienígena será parecida, mas provavelmente eles serão ágeis, permitindo a sua sobrevivência primária e a capacidade de capturar as suas presas. Eles terão órgãos sensoriais muito bem desenvolvidos. Seria de se esperar (contudo não se pode garantir) traços rudimentares presentes na maioria das fomas de vida da Terra: as bocas, olhos, uma forma de audição e uma forma eficiente de locomoção, como as pernas. Eles devem ser predadores e, provavelmente, possuem traços vestigiais para indicar isso.
3. Fala e escrita
Para que uma civilização se desenvolva, ela se deve comunicar. Uma forma de longa distância de comunicação terá que estar presente, a fim de se organizar em grandes números e divulgar informações, o que é crucial para o desenvolvimento social. Como seres humanos, alienígenas precisariam da capacidade de comunicar teorias complexas uns aos outros e gravá-las, ajudando assim a próxima geração por meio da aprendizagem. Sem alguma forma de escrita, é improvável que jamais teriam ultrapassado a barreira de limitações de gerações individuais.
O tipo de fala empregada por viajantes interestelares e como ela pode ser gravada é, no entanto, um mistério. Dependendo de seus ambientes, as ondas sonoras podem não ser a abordagem mais eficaz. Talvez eles possam usar vibrações recebidas via órgãos sensoriais especializados, ou talvez, como Hollywood nos quer fazer acreditar, eles falem telepaticamente. Apesar disso, telepatia ainda tem que ser comprovada em quaisquer outras espécies, de modo que este seria mais provavelmente um desenvolvimento secundário ou o resultado da tecnologia.
2. Nada de super força
Os ETs não vão ser super fortes. Uma vez atingido o nível de aptidão tecnológica necessária para serem exploradores do espaço, a necessidade de força bruta já deve ter sido removida há vários milhares de anos por causa da sua utilidade. Estas criaturas serão esguias e eficientemente projetadas, usando o mínimo de energia para alimentar seus corpos. O consumo de energia determina a sobrevivência em grande escala. Músculos maiores usam mais energia e exigem mais manutenção, o que tira energia do progresso evolutivo.
Uma cultura avançada cientificamente já não exige mais força física para manipular seus arredores. Além disso, uma espécie que colocou suas fichas evolutivas em complexos vículos sociais – o pensamento abstrato e comunicação – e excelentes habilidades motoras e de manipulação de ferramentas, as quais são necessárias para desenvolver viagens interestelares, provavelmente não terá recursos sobrando para se dedicar à força e à velocidade físicas.
1. Anexos funcionais
Da mesma forma que os seres humanos têm polegares e, portanto, podem usar objetos a seu favor, os extraterrestres presumivelmente também precisam possuir esta funcionalidade. Simplesmente não se pode esperar que alguém consiga construir e usar ferramentas sem a capacidade de segurá-las. Portanto, bolhas gigantes ou criaturas com tentáculos longos e pesados são altamente improváveis.
Como poderíamos esperar que criaturas seriam avançadas o suficiente para construir uma nave espacial e pilotá-la através das vastas extensões de espaço sem a habilidade de segurar e mover um objeto com precisão? É bem reacional esperar que formas de vida alienígenas tenham um conjunto de apêndices ainda melhor desenvolvidos do que o sistema de dedos e polegar que usamos na Terra. Bem como smartphones e máquinas avançadas da Terra, espécies alienígenas provavelmente adaptariam a tecnologia a seus corpos, tanto quanto seus corpos à tecnologia, deixando difícil, se não impossível, para os seres humanos operarem dispositivos alienígenas. [Listverse]
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