Dançar a valsa para a esquerda
Dotada de uma verba, cujo equivalente em nossa moeda passa de cinco e meio milhões de cruzeiros, em 1977, a equipe de pesquisadores deve apresentar ao Presidente Carter o seu relatório, indicando a maneira melhor e mais eficiente de estabelecer contato com seres inteligentes, extraterrestres. Com base no atual progresso e nos meios técnicos ao nosso dispor, os cientistas prevêem o primeiro contato com civilizações extraterrestres para dentro dos próximos quinze anos. Em duas décadas apenas, houve então uma tremenda mudança de idéias.
Aliás, há mais ou menos 20 anos, a maioria dos cientistas negou a existência de vida inteligente no âmbito do espaço cósmico, acessível aos terrenos. Somente uns poucos espíritos abertos para o futuro não excluíram, nem naquela época passa, a viabilidade estatística e filosófica de vida inteligente no cosmo; porém, a rigor, todos duvidaram de poder detectar formas de vida inteligente e tecnicamente avançada, dentro de um perímetro de 50 anos-luz. Como houve, então, aquela mudança de idéias?
1) Meteoritos, examinados no laboratório, revelaram a existência hipotética de elementos básicos da vida, também em outros planetas. O bioquímico norte-americano Cyrill Ponnaperuma, do "Ames Research Center" da NASA, descobriu no chamado meteorito de Murchison 17 aminoácidos, ou seja, 17 elementos básicos da vida.
Como se prova, porém, a sua proveniência do cosmo?
Sei muito bem que não me cabe lançar mão dos truques de "suspense", usados por um autor de novelas policiais. Apesar disso, por ora, somente posso chamar a atenção para um acontecimento crítico, sem, no entanto, revelá-lo. Por isso, a seguir, dou uma indicação, a ser gravada bem no fundo da mente:
Todos os aminoácidos que, na Terra, colaboram na constituição da vida, apresentam rotações para a esquerda. No entanto, dos 17 aminoácidos contidos no meteorito de Murchison, apenas cinco apresentam rotação para a esquerda, no que consiste a condição prévia para a formação da vida no planeta Terra. Os cinco que se prestam à constituição da vida terrena são: a glicina, a glutamina, a alanina, a valina e a prolina. Os demais aminoácidos revelaram rotação para a direita, qualidade que não possuem na Terra. Por conseguinte, ficou revelado o "local do crime": o meteorito deve ser de procedência extraterrestre, cósmica, pois na Terra não há aminoácidos com rotação para a direita!
Vamos, então, dançar a nossa valsa para a esquerda e para a direita. Isto é possível. Porém, aminoácidos terrestres, com rotação para a direita, não existem. Ainda iremos dançar a "Valsa da Origem", tão logo a orquestra começar. Para tanto, peço um pouco de paciência.
2) Todas as moléculas possuem determinados valores de irradiação, conforme foram estabelecidos, além de toda dúvida, nos testes de laboratório. As medições efetuadas nos âmbitos de diversas faixas de freqüência, permitem conclusões exatas a respeito do material, emitindo suas radiações específicas. Desde que, em 1944, a existência de hidrogênio neutro foi observada na faixa de 21,105 cm, conseguiu-se comprovar até a ocorrência de complicadas combinações orgânicas. Essas radiações lineares são de suma importância para a Astronomia, pois, comparando medições radioastronômicas com os comprimentos de onda das diversas moléculas, conforme obtidos mediante medições, feitas no laboratório, foi possível comprovar a existência de elementos básicos da vida no cosmo.
Graças a esse trabalho importante e difícil, realizado pela Radioastronomia nesses últimos anos, conseguiu-se detectar a existência no cosmo de vários elementos básicos da vida, neles incluídas até moléculas orgânicas. Hoje em dia, a Ciência sabe que os componentes constituintes da vida vão se movimentando no cosmo e foi este saber que em muito contribuiu para a mudança de idéias.
3) A evolução da vida tem por condição prévia um planeta, em sua qualidade de portador. Antigamente, as estatísticas não nos puderam fornecer dados exatos a respeito de outros sóis (estrelas fixas) em nossa galáxia, se contariam ou não com planetas em sua órbita.
Hoje em dia, sabe-se por certo que até a estrela de Barnard, "apenas" seis anos-luz distante da Terra, está acompanhada de no mínimo dois planetas. Essa descoberta é devida aos pesquisadores do Observatório Sproull em Swarthmore, na Pensilvânia, EUA.
4) Até recentemente, as estatísticas astronômicas registravam 100 bilhões de estrelas fixas, em nossa galáxia. Hoje, contam-se, no mínimo, 200 bilhões de estrelas fixas, existentes tão-somente em nossa Via-Láctea! Outrossim, essas cifras astronômicas referentes aos nossos vizinhos no cosmo representam apenas um pequeno punhado, aliás, bastante modesto, no âmbito do universo turbulento. Os mais recentes resultados de pesquisa falam em dez trilhões (1013) de galáxias no espaço cósmico. Todas as estatísticas feitas agora poderão ser arquivadas, para dar lugar a novos levantamentos, que, por sua vez, deverão ficar sujeitos à correção, com o contínuo avanço das possibilidades técnicas.
No que se refere à documentação de minha teoria, bastam os cálculos feitos pelos dois astrônomos líderes norte-americanos, os professores Frank Drake e Carl Sagan; tão-somente no âmbito do nosso sistema da Via-Láctea, eles supõem a existência de cerca de um milhão de supercivilizações.
As minhas pretensões são modestas: um milhão de supercivilizações em nossas vizinhas estrelas? — Bom dia, caros colegas em outros planetas!
Fonte:
Erich von Daniken em seu livro:
Deuses, Espaçonaves e Terra - Provas de Daniken
1977
Tradução: Trude von Lasehan Solstein Arneitz
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