A população de Uberaba, cidade mineira de 350 mil habitantes, ficou bastante apreensiva pelo fato de um museu local expor, entre milhares de outras peças, o esqueleto de um suposto ser extraterrestre. Trata-se do Museu de História Natural Wilson Estevanovic, uma instituição particular que abriga também a Sociedade Astronômica de Uberaba e tem em seu acervo animais, múmias e pedras de todos os tipos. As duas entidades, juntas, têm como objetivo levar a cultura e a ciência aos alunos de escolas da cidade. O museu pertence à família Estevanovic, de descendência russa, e seus ancestrais percorreram o mundo com um circo no fim do século IXX, que continha também o museu e um teatro. Por onde passavam, ganhavam ou arrematavam peças, como múmias e pedras, esqueletos de animais, fósseis etc. Os Estevanovic foram para Uberaba em 1956, e em 1997 fundaram o referido museu. Em agosto de 2004, dois diretores da instituição – o advogado Wellington Estevanovic e o professor Carlos Magno Estevanovic – procuraram este autor e o pesquisador José Eduardo Coutinho Maia, dizendo que havia uma peça bem diferente no local e pedindo para que fôssemos conhecê-la. Era um estranho esqueleto que já havia sido embalsamado e está com a família há 96 anos. Os diretores informaram que a ossada chama a atenção da comunidade, e por esse motivo resolveram apresentá-la à Revista UFO, supondo tratar-se do esqueleto de um ser extraterrestre. Comparecemos e examinamos detalhadamente a peça – que tem o número de identificação 33-007 – juntamente com Wilson Estevanovic Neto, outro integrante da família. Estevanovic Neto é estudioso do assunto, restaurador, gemólogo e conhecedor profundo do processo de mumificação. Alguns médicos contatados por nós falaram pouco sobre o assunto, dizendo basicamente que o esqueleto não parece ser de um humano, devido às suas anomalias – como a cabeça bem grande, corpo diminuto etc. Esse fato também é estranho para o presidente do Museu de História Natural Wilson Estevanovic, como o diâmetro da cabeça do esqueleto, que tem incríveis 97 cm. Além disso, a ossada parece ter pertencido a um hermafrodita com seis dedos nos pés, e hoje está semimumificada. Seria um alienígena? - “Estimamos que pudesse ser de um pré-adolescente entre 10 e 12 anos, conforme deduzimos através de estudos ortodônticos. Quando vivo, esse ser era portador de anomalias múltiplas, sendo as de maior evidência a presença de hidrocefalia e uma fissura palato labial, ou seja, máformação congênita primária”, comentou Estevanovic Neto. Segundo ele, estudantes e público em geral, que já visitaram o museu e viram o esqueleto, disseram não ter dúvida de que se trate de uma criatura extraterrena. Algumas pessoas sentiram-se mal quando viram a ossada exposta – muitas ficaram com medo, mas a maioria das crianças gostou muito. Apesar da intensa curiosidade, nenhuma informação adicional se tem sobre a peça. Segundo a família Estevanovic, não se sabe de onde veio nem como foi embalsamada, mas se estima que tenha ocorrido há mais de 200 anos. A caixa que guardava a peça foi aberta em 1997, após a morte de Wilson Estevanovic, que passou para o filho Wellington o segredo que continha, conseqüentemente autorizando sua abertura. “Antes era somente uma caixa lacrada”, disse. O ufólogo Coutinho Maia estimou que o material é bastante valioso e merece estudos profundos. “Eu ainda não vi nada igual a isso, a não ser filmes e fotos. Agora temos o esqueleto de um ser bem diferente do humano, que vamos pesquisar”, comentou. A ossada apresenta muitas anomalias Segundo informações de outros pesquisadores, no Brasil não seria possível realizar exames no esqueleto para saber se é de um ser humano ou não, por já ter sido mumificado. De qualquer forma, esta afirmação está sendo verificada. A família Estevanovic tem sido prestativa e abre as portas do museu para os investigadores, pois também deseja ver o mistério esclarecido. A estudante do curso de ciências biológicas da Universidade da Bahia, Veruska Estevanovic, neta do fundador da instituição, através de estudos destinados a definir a origem do esqueleto, concluiu que ele provavelmente pertenceu a um ser extraterrestre. Entre os exames realizados foi feita uma avaliação morfo-anatômica da peça.Em seu relato, Veruska fala sobre o desenvolvimento do esqueleto em uma descrição mais detalhada: possui um crânio com fissura no palato labial, sendo um palato reduzido e uma estrutura central delgada e proeminente que se projeta através da fossa nasal para fora, portando em sua extremidade distal dois dentes incisivos. Cavidades oculares - A análise morfo-anatômica do esqueleto indicou que a distância entre essa estrutura e a maxila superior é de cinco cm. “A fossa nasal apresenta fissura em sua base, sendo a mesma interrompida pela projeção da estrutura palato bucal”, disse Veruska. A maxila superior está incompleta, tendo uma fissura central em ligação direta com a fossa nasal, com apenas nove dentes. A maxila inferior é menor que os padrões anatômicos normais – por demais alongadas e estreitas em seu eixo horizontal –, portando apenas também nove dentes. As cavidades ocularessão rasas, relativamente afastadas uma da outra, apresentando estrutura central ossificada, circular, com orifício central e um nervo óptico ossificado. Tal estrutura corporal não condiz com a anatomia humana. No esqueleto, o orifício auditivo é inexistente, assim como o canal auditivo. O crânio apresenta típicas fissuras craniais e a região frontal tem duas proeminências relevantes. A ossada é ainda dividida em cabeça, tronco e membros – no entanto, sem indícios de proporcionalidade. As dimensões do crânio equivalem a uma vez e meia às dimensões do tórax. Segundo ainda relata Veruska, “o indivíduo em questão apresentou características osteológicas que permitem definir pelo menos duas anomalias congênitas muito graves, a hidrocefalia e fissura palatolabial, sendo essas síndromes já conhecidas nos anais da medicina”. O esqueleto certamente pertenceu a um indivíduo com más-formações ou anomalias congênitas, que consistem em defeitos de desenvolvimento presentes na ocasião do nascimento. Dentro do universo das más-formações congênitas, nenhuma classificação da nomenclatura isolada é aceita universalmente, ou seja, todas são limitadas. Cada uma é designada para um propósito particular no estudo da teratologia – ramo da ciência que trata do desenvolvimento pré-natal anormal –, sendo que a principal ênfase dá-se no que diz respeito aos fatores causadores das inúmeras patogenias até então relatadas. Se humano, as causas das más-formações congênitas no esqueleto podem ser aberrações cromossômicas, genes mutantes, fatores ambientais, herança multifatorial – ou uma combinação de fatores genéticos e ambientais, somados também àqueles de etiologia desconhecida. “No entanto, a anatomia do estranho ser é inteiramente disforme, sendo de um indivíduo que mescla um número muito grande de anomalias”, declarou Veruska Estevanovic. |
Fonte: Site da Revista UFO
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